Mala do Livro celebra 31 anos na Biblioteca Nacional de Brasília

Maior acervo público de livros do DF aproveita a ocasião e vai capacitar 500 novos agentes comunitários de leitura, em um investimento de R$1,2 milhão

AGÊNCIA BRASÍLIA* I EDIÇÃO: CAROLINA JARDON

A Mala do Livro, programa de criação de bibliotecas domiciliares no Distrito Federal e Entorno gerenciado pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) – equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) –, completa 31 anos este mês. A comemoração vem recheada de boas notícias nesta quarta-feira (27).

Mala do Livro | Divulgação/Secec
Estantes de madeira que se abrem fazem referência à Mala do Livro | Divulgação/Secec

A maior biblioteca pública do DF oficializou, às 10h, a capacitação de 500 novos agentes comunitários de leitura, iniciativa que demanda o investimento de R$ 1,2 milhão, por meio de um edital. Também houve a premiação de cem desses agentes– todos voluntários – com valores de R$ 5 mil (objeto de outro edital, que fixará os critérios) e o lançamento da coletânea de poesia infantojuvenil Mala do Livro: uma viagem na leitura, fruto do concurso Candanguinho.

“A Mala do Livro é um programa de estado, consolidado, que leva o livro a quem tem nele um portal para literatura e poesia, para conhecimento e qualificação, para oportunidades, emprego e renda. É uma das joias da cultura do GDF”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

“A Mala do Livro é um dos mais bem-sucedidos programas de incentivo à leitura do mundo. Como é um projeto de extensão bibliotecária, a BNB trabalha para aperfeiçoá-lo, seja capacitando agentes, seja ampliando o número de malas e atingindo mais leitores”, reforça a diretora da BNB, Elisa Raquel Sousa Oliveira.

Homenagem

O reconhecimento do trabalho dos agentes comunitários de leitura ganhou, na quinta-feira (21), homenagem da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O parlamento homenageou 35 deles em audiência virtual. “Foi muito emocionante”, testemunha a gerente da Mala do Livro, Maria José Lira Vieira, que participou do evento. “As estantes de madeira que se abrem como um abraço são uma referência carinhosa ao formato físico das malas e às histórias de superação que inspiram onde chegam”.

A gestora elogiou a atuação da Secec pela valorização do trabalho desses voluntários que tornam os livros acessíveis a quem tem dificuldades de chegar aos principais equipamentos de leitura, como as bibliotecas públicas e as das regiões administrativas. “O edital de capacitação e o de premiação, o concurso do Candanguinho – tudo isso teve um impacto muito positivo entre nossos e nossas agentes”, avalia.

Livro em alta

Presente no programa desde sua criação, em 1990, a gerente da Mala do Livro percebeu, durante a pandemia, uma demanda crescente pelo livro físico que recheia as caixas-estantes. Nesse momento, contabiliza ela, há demanda por cerca de 180 novas malas, fora os pedidos de manutenção em parte das cerca de 500 unidades já existentes no DF e na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), zonas rurais de Goiás e Minas, além de hospitais e equipamentos de assistência social.

“O livro físico está fortalecido. A gente percebe que os agentes comunitários de leitura estão agarrados às malas”, diz ela. As engenhosas caixas-estantes são, atualmente, um gargalo no processo de atendimento ao público. A BNB dispõe de mais de 200 mil livros em estoque, aguardando suporte de distribuição.

O sucesso da política do GDF de incentivo a bibliotecas domiciliares há muito cruzou fronteiras interestaduais. Réplicas do programa existem hoje em 12 estados – Bahia, Sergipe, Alagoas, Tocantins, Pará, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Goiás, Minas e São Paulo. As equipes receberam treinamento das bibliotecárias da BNB, e as caixas-estantes foram custeadas pelos executivos estaduais.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa