Trabalhadores de frigoríficos pedem pausas para descanso
Trabalhadores de frigoríficos pedem pausas para descanso
Comissão tripartite discute nesta quinta e sexta, a inclusão dos intervalos de descanso na criação da norma que irá regulamentar o setor
Por Clarice Gulyas
Com mercado em expansão após fusão da Sadia e da Perdigão (agora BR Foods), trabalhadores do setor frigorífico ainda aguardam a regulamentação das atividades no país. Nesta quinta e sexta (dias 19 e 20 de julho), o governo irá dar continuidade à criação da Norma Regulamentadora dos Frigoríficos junto às empresas e aos trabalhadores, a partir das 9h, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Desta vez, entra em pauta as pausas obrigatórias para descanso, uma das principais reivindicações da categoria, que prevê a redução dos acidentes e doenças de trabalho. Serão beneficiados aproximadamente meio milhão de trabalhadores e a previsão é que a norma entre em vigor até outubro deste ano.
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“Posso dizer que o que vai resolver a questão dos acidentes nos frigoríficos são as pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados. E isso é o que defendemos e não iremos mudar porque não se trata de um pedido qualquer, mas da afirmação profissional de peritos médicos, além de alguém que viveu por 35 anos essa experiência”, afirma Carlúcio, afastado diversas vezes para tratar inflamações nos ombros conhecidas como bursite.
No entanto, Carlúcio (foto) prevê dificuldades na atual negociação, que integra a quinta discussão desde o início da criação da norma, em maio de 2011. Segundo o ex-trabalhador de 64 anos, a principal alegação das empresas é a possibilidade de prejuízos no faturamento com a concessão de períodos de descanso. Enquanto continuam expostos as condições insalubres de trabalho, com temperaturas frias e jornadas excessivas, Carlúcio alerta o afastamento de trabalhadores que contraem infecções ou doenças comuns do setor como tendinite e Lesões por Esforço Repetitivo (LER).
“Os empresários estão conscientes de que precisam mudar, mas afirmam que é impossível manter um frigorífico com essas condições, por elevar alguns custos na produção. Este é um setor que exige funções e esforços altamente repetitivos que geram graves problemas de saúde, então, se não for para defender a saúde do trabalhador, não iremos aceitar, pois a saúde do trabalhador não tem preço e quem paga depois é a sociedade, com tanto trabalhador doente afastado pela Previdência”, explica.

Confira reportagem sobre a NR dos Frigoríficos feita pela TV RBS, com reportagem de Maíra Gatto.
Confira os representantes do Grupo Tripartite de Trabalho:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A36A27C140136BCD42D6F1C34/GTT%20Frigor%C3%ADficos.pdf
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A36A27C140136BCD42D6F1C34/GTT%20Frigor%C3%ADficos.pdf
Assessoria de Imprensa (CNTA)
Clarice Gulyas (61) 8177 3832 / 3242 6171
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