Lago Sul sobe de nível (literalmente)
CLDF garante que o sofrimento da elite finalmente terá um alívio: mais um metro de altura nas mansões
Em 28 de maio de 2025 – 19h48 – Redação – Por Luciano Lucas
Finalmente, um alívio para as famílias mais esquecidas do Distrito Federal: os moradores do Lago Sul. Após anos vivendo sob a opressiva limitação de 8,5 metros de altura em suas casas, a Câmara Legislativa deu um passo histórico para a justiça arquitetônica: agora poderão construir até 9,5 metros. Um avanço civilizatório que, sem dúvida, entrará para os anais da luta por direitos básicos — como o da cobertura gourmet no terceiro andar com vista panorâmica para o Lago Paranoá.
A votação foi célere, como costumam ser aquelas que envolvem regiões onde os gramados são irrigados com precisão suíça e o IPTU é pago no débito automático. Afinal, não se pode esperar que um morador da QI 15 siga confinado a meros dois andares enquanto o resto do país assiste à verticalização dos privilégios sem freio.
Os parlamentares, atentos ao clamor da base — com “base” aqui significando “blocos de concreto de 9 metros de altura com fachada em mármore travertino” — aprovaram a mudança com 19 votos a favor e dois dissidentes, provavelmente perdidos no mapa.
Ah, e claro, mencionaram também Santa Maria. Sempre bom lembrar o povo que há “equilíbrio”. Lá também mudaram algo na LUOS — mas sem aumento de altura. Só de esperança mesmo.
Como cereja no topo da mansão, surge a figura mística dos “condomínios de lotes”, uma categoria nova que ainda será regulamentada, ou seja: mais um campo fértil para especulação, disputa e, claro, debates acalorados entre empreiteiras e cartórios.
No fim, Brasília segue coerente: a mobilidade está parada, a saúde pede socorro, a educação vira palco de intrigas partidárias… mas ao menos o Lago Sul pode respirar aliviado — com mais sombra, mais varanda e mais céu.
Que bom que a CLDF segue firme em sua missão: melhorar a vida de quem já mora no topo.