Indiciados no caso Naja, oficias da PM são nomeados para novos cargos
Em 03 de Setembro de 2020 – Redação com Informações Portal Metrópoles
Apesar de nomeados para novos postos, Clóvis Eduardo Condi e Elias Paulinos respondem por crimes como associação criminosa
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Os dois oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal indiciados no âmbito da Operação Snake da Polícia Civil, que apura esquema de tráfico internacional de animais na capital, foram nomeados em novos cargos na estrutura da corporação. O tenentes-coronel Clóvis Eduardo Condi, padrasto de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, picado pela cobra Naja criada clandestinamente em casa, no Guará 2, teve o nome publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) nessa quarta-feira (2/9).
Condi irá ocupar o cargo de chefe da seção administrativa do 2º Comando de Policiamento Regional (CPR), vinculado ao Departamento de Operações (DOP) da PMDF. Antes, o oficial ocupava o Subcomando do Policiamento de Trânsito e, ao contrário do ex-comandante do Batalhão Ambiental Elias Paulino, não foi afastado preventivamente das funções após indiciamento na Operação Snake.
Elias, inclusive, foi promovido recentemente, por antiguidade, e subiu ao posto de tenente-coronel junto com outros 25 majores. Assim como Condi, Elias teve publicada na edição dessa quarta do DODF sua nomeação para o cargo de chefe da Seção de Planejamento da Subchefia de Ordem Pública do DOP.
Bode expiatório
Em entrevista ao Metrópoles em 7 de agosto, o então major Elias afirmou que foi usado como “bode expiatório”, segundo ele, para proteger e privilegiar integrantes do alto escalão da PMDF.
“Fiz o meu trabalho. Eu sei que por trás disso há uma rede grande de tráfico de animais, que atua não só no Brasil. Há pessoas poderosas envolvidas. Eu representava uma ameaça porque cumpria o meu dever. Apreendi mais de 10 cobras e ia continuar apreendendo”, desabafou à época.
A PMDF também instaurou um inquérito militar para apurar a conduta dos profissionais. O caso foi investigado pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama), após Pedro Krambeck ser picado pela Naja.
A partir desse fato, os policiais colheram provas de que Pedro estaria envolvido com tráfico e maus-tratos de animais, contando com a ajuda de familiares e amigos para ocultar as evidências e atrapalhar as investigações. Após a conclusão do inquérito, 11 pessoas foram indiciadas.
Elias Paulino foi indiciado por prevaricação, fraude processual, associação criminosa e coação no curso do processo. Já Eduardo Condi responderá por tráfico de animais, fraude processual, maus-tratos e associação criminosa.