Após acusação de Joana Darc MP vai investigar 16 deputados

Em 05 de dezembro de 2020 – Redação

Após acusação da deputada Joana Darc (PL), líder do Governo na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam),  sobre um esquema de compra de votos para eleger o novo presidente do Parlamento, deputado Roberto Cidade (PV), o Ministério Público (MP-AM) vai agir de ofício e investigar todos os 16 deputados que votaram nele.

O MP-AM vai pedir esclarecimentos dos 16 deputados a partir da instauração de uma Notícia Fato baseada nas acusações feitas pela deputada na tribuna na sessão da última quinta-feira (3).

MP – Amazonas

Joana acusou o deputado Roberto Cidade de comprar os votos dos demais deputados para mudar a Constituição do Estado e o eleger novo presidente da Aleam.

“O deputado Roberto Cidade foi atrás de comprar votos dos colegas deputados estaduais. E eu digo o valor, porque ele não chegou a falar comigo, mas aqui todo mundo fica sabendo das coisas. O voto era R$ 200 mil”, disse Joana.

Durante a sessão os deputados contestaram a acusação, mas Joana disse que podia falar porque tem “imunidade parlamentar”.

De acordo com o Ministério Público “o procedimento padrão inicial é a instauração de uma Notícia de Fato, que é seguida de envio de expedientes (ofícios) aos denunciados e órgãos e entidades que possam prestar informações iniciais. Daí, as investigações podem seguir de diversas maneiras de acordo com a necessidade de quem estiver apurando”, diz a resposta da assessoria do MP-AM.

*Ação Judicial*

A pedido da líder do governo Joana Darc e dos demais deputados que se sentiram prejudicados pela derrota na eleição da Aleam, a Justiça concedeu liminar suspendendo o resultado da eleição da Mesa Diretora do Parlamento. A decisão é do desembargador Wellington José de Araújo, mesmo magistrado que suspendeu a CPI da Saúde e o processo de impeachment do governador Wilson Lima (PSC).

Ataques

Durante a sessão da última quinta-feira Joana disse que iria acionar a Justiça contra os deputados porque não foi convocada para participar da reunião da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) que aprovou a PEC que permitiu adiantar a eleição da Mesa Diretora. Para Joana, a votação é “totalmente ilegal” e contraria o Regimento Interno da Aleam.

Durante toda a votação, a deputada não poupou acusações e críticas aos 16 parlamentares, chegando a citar nominalmente cada um, chamando-os de “bandidos”, “golpistas”, “traidores” “traíras”, afirmando que estavam acostumados a planejar as coisas “às escondidas”.

Agressão

Ao terminar a sessão, Joana chegou a se aproximar do presidente eleito, Roberto Cidade, esbarrou de leve nele e disse que estava sendo agredida. Vídeos gravados no momento só mostraram Roberto Cidade levantando as mãos no momento que a deputada esbarrou nele.