A Procuradoria, o Sigilo e o Show Mambembe da Ética (Não perca o show)
Tem coisas que a gente só acredita vendo, mas vendo não acredita
Em 11 de novembro de 2025 – Redação
Que cena! Mal o ex-senador Reguffe estendeu seu selo de “Seriedade & Votos” à deputada Paula Belmonte, a resposta que veio da oposição não foi um debate, não foi uma proposta, mas sim um tiro no pé da própria causa que a Casa Legislativa jura defender.
O alvo, claro, era desqualificar a deputada Paula Belmonte.
O dardo, no entanto, atingiu quem menos deveria: a vítima que buscou ajuda na Procuradoria Especial da Mulher.
A Coerência em Licença Não Remunerada
Pode-se imaginar o diálogo interno na Câmara Legislativa: “Vamos lançar a campanha ‘Não se Cale!’… mas, se você se calar aqui dentro, a gente garante que sua história vire manchete de blog e munição política.”
É de uma hipocrisia monumental.
A Procuradoria da Mulher não é um reality show de denúncias nem um balcão de fofocas para uso eleitoral, é (ou deveria ser) um santuário de sigilo e acolhimento.
O vazamento de detalhes do depoimento de uma mulher que buscou a instituição, sob a capa de um ataque político, não é apenas um deslize ético; é um convite ao silêncio forçado para todas as outras vítimas.
- Para a mulher que sofre assédio: Que segurança ela tem para abrir a boca e confiar no aparato estatal? Nenhuma.
- Para a instituição: A Procuradoria perde, em um único ato de irresponsabilidade, toda a credibilidade construída em anos de trabalho.
A Verdadeira Lição do Caso
O caso Paula Belmonte/Reguffe foi apenas a faísca. O incêndio que se seguiu revela o pântano onde o discurso pró-mulher se afoga na sede por poder. A mensagem prática que a Câmara Legislativa enviou à sociedade é cristalina:
“Sua dor tem utilidade. Quando for conveniente para nosso jogo político, ela será pública.”
A proteção à mulher, meus caros, exige mais do que slogans coloridos e hashtags bonitinhas nas redes sociais. Exige o mínimo: respeito básico à confiança e à ética profissional.
Enquanto os responsáveis por esse vazamento se escondem atrás das cortinas do circo político, a única coisa que fica de pé é a estátua da inoperância e o atestado de que, na luta pelo poder, a segurança de uma mulher vale menos do que um título de blog na véspera de uma eleição.
Parabéns aos envolvidos por minarem a própria causa que dizem defender. Mais uma vitória da mediocridade sobre a ética.

