Timidez afasta jovens das academias
Timidez afasta jovens das academias
Pessoalidade no atendimento é uma das alternativas para ajudar alunos a vencerem a vergonha na hora de malhar
Por Clarice Gulyas e Fernanda Fernandes
Ao contrário do que se pensa, a preguiça e o sedentarismo não são os únicos fatores que mantém algumas pessoas afastadas da atividade física. A vergonha e a timidez, principalmente entre o público jovem, são motivos que contribuem cada vez mais com a evasão das academias. Os perfis acima ou abaixo do peso são os mais comuns entre as queixas, segundo afirmam especialistas.
O administrador Felipe Curado (foto), de 32 anos, venceu a intimidação dos “sarados” há dois anos, quando decidiu sair do sedentarismo. “Eu via várias pessoas pegando pesado, e eu, como estava fora de forma e saindo de uma vida sedentária, ainda estava pegando leve. Isso me intimidou um pouco. Na academia Fit Park (onde malha atualmente), comecei a me sentir envolvido, especialmente pela pessoalidade com que fui tratado. Coisas como ser chamado pelo nome, estar em um ambiente diversificado e interagir com os outros frequentadores ajudaram bastante”, conta Felipe, que também destaca a importância da conscientização na hora de optar pela saúde.
Para Andrett Costa, educador físico e professor de musculação da Fit Park, o acompanhamento do preparador físico é essencial para estimular os alunos a alcançar seus objetivos na academia. Fatores como deixar o aluno esperando por atendimento, ou apontar defeitos são alguns dos principais erros cometidos por professores nos ambientes de ginástica, e que podem prejudicar ainda mais o constrangimento dos mais tímidos nas academias. “O papel do professor é importantíssimo para a inserção do individuo em seu novo ambiente. É preciso motivá-lo, deixá-lo cada vez mais à vontade, transmitir confiança e tentar interagir ele com os demais frequentadores da academia”, explica.
Emagrecer para ingressar na academia?
Criar um ambiente acolhedor é a proposta principal da academia Fit Park, localizada em frente ao parque Olhos D’água, na Asa Norte (Brasília). Com o conceito Wellness (bem estar), a academia tem sido exemplo de integração com um público diversificado, que reúne desde bebês a idosos. Além disso, a organização estimula o convívio social por meio da realização constante de eventos abertos tanto para os frequentadores quanto para a comunidade local.
“A gente vem trabalhando a quebra do estereotipo de que academia é só para pessoas saradas e malhadas. Atividade física é saúde, e saúde é para todos”, afirma Ângela Andrade, gerente da Fit Park. De acordo com ela, muitas vezes as pessoas chegam a dizer que primeiro querem emagrecer, para depois entrarem na academia. “Não incentivamos de forma alguma esse tipo de pensamento, pois o lugar certo para um resultado orientado e com saúde é justamente na academia”, diz.
Palavra da especialista
De acordo com a psicóloga Ellen Queiróz, especialista em Saúde Mental, a aparência é um dos maiores fatores de inibição na hora de malhar. “Essas pessoas, na maioria das vezes acima ou abaixo do peso, acham que estão fora do perfil dos frequentadores das academias, pois existe o estereótipo de que esse é um lugar de gente sarada”, explica. As consequências, segundo ela, são várias: fobia social, baixa autoestima, desmotivação, desânimo, entre outras.
Queiróz ressalta que o profissional de educação física tem o papel fundamental no processo de integração e desinibição do aluno. “Ele deve explicar a importância e os benefícios da atividade física, e não simplesmente montar o programa de exercícios. É preciso que exista sensibilidade por parte do professor em estabelecer um bom vínculo, compreender as dificuldades, resistências e limites do aluno, e criar um ambiente acolhedor e reforçador”, afirma.
Serviço:
Fit Park Academia (214 Norte)
(61) 3368 2001
www.fitparkacademia.com.br
CLIPEQ (Clínica de Psicologia e Saúde Ellen Queiróz)
(61) 3349 4734 / 9991 0071
www.clipeq.com.br
Assessoria de imprensa:
Clarice Gulyas (61) 8177 3832
claricegulyas@gmail.com
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