Café com Fidelis: Rebeca Gusmão e Lana Miranda
A força das mulheres no esporte de Brasília
Conversar simultaneamente com duas atletas de alta performance internacional é quase “suado”. Mas, o Café com Fidelis reuniu essas potências da natação e do futevôlei e tentou registrar um pouco da dificuldade, superação, emoções e vitórias que transformaram a vida dessas brasilienses. Confira!
REBECA GUSMÃO
Começou esporte aos 8 anos de idade. Aos 12, já era campeã brasileira de natação, quando passou a compor a seleção brasileira. Aos 14, conquistou a primeira medalha panamericana com a Seleção Brasileira Absoluta de Natação sendo a mais jovem atleta brasileira a conquistar o feito.
Rebeca é campeã e recordista sulamericana, campeã da Copa do Mundo de Natação, campeã da Copa Latina, campeã panamericana, e campeã europeia. Títulos e medalhas fazem parte da carreira da atleta olímpica.
Além disso, Rebeca Gusmão participou, em 2015, do reality show da TV Record “A Fazenda” e hoje segue carreira como personal trainer e palestrante.
LANA MIRANDA
Começou a jogar futevôlei com apenas 14 anos. Jogadora de futebol desde os 13 anos, foi federada pelo Brasília Futebol Clube, onde jogou até os 17 anos. Campeã do primeiro torneio de futevôlei que participou, decidiu abandonar o futebol e se dedicar integralmente ao futevôlei.
Desde então, Lana não para de colecionar títulos. Está entre as melhores do futevôlei feminino brasileiro e mundial. São 10 títulos mundiais e 18 títulos brasileiros conquistados ao longo de 22 anos no esporte.
É formada em Direito e se prepara para uma pós-graduação em Direito Esportivo. Dedica-se muito ao esporte, e sempre avalia as adversárias antes de entrar na areia.
Navegando no esporte
Rebeca, filha de jogador de futebol profissional, começou nos gramados. Mas, por orientação do técnico, focou exclusivamente na natação.
Lana também começou nos gramados. Porém, o motivo de ter se dedicado ao futevôlei foi a falta de incentivo no futebol feminino de Brasília.
Transformando vidas
Rebeca enfrentou duas depressões profundas. Depois que conseguiu superar a doença, registrou tudo em um livro escrito em 2016. Como palestrante motivacional, a atleta procura incentivar e ensinar como superar os obstáculos mais difíceis na vida de uma pessoa.
Já Lana compartilha suas experiências através de projetos sociais. A “Clínica Lana Miranda” ensina futevôlei a crianças carentes em vários locais no Distrito Federal.
Esporte e Política
Rebeca diz que o esporte é uma ferramenta política. O atleta convive com dirigentes, presidentes de federações e confederações e de comitê olímpico, a política pública do Ministério do Esporte, a escolha de quem vai ter patrocínio, quem não vai, quem vai viajar, e quem não.
“Mas eu entrei oficialmente na política em 2009. Logo que saiu minha suspensão do esporte, o Partido Comunista do Brasil (PC do B) me chamou para sair como candidata. Embora o momento fosse ruim, eu vi como uma oportunidade de continuar trabalhando com as atividades desportivas dentro do governo. E foi o que aconteceu. Não tive uma votação expressiva, mas entrei como gerente de Esporte na Administração Regional de Brasília. Dois anos depois fui para Secretaria de Esportes trabalhar no programa de Apoio ao Atleta, que era um programa de alto rendimento”, relatou Rebeca
Já Lana Miranda foi convidada para a disputa à deputada distrital por ter o nome consolidado pelos projetos sociais. Lana também contou com o apoio de Rebeca Gusmão, que nestas últimas eleições desistiu da candidatura para apoiar a amiga.
Paixão pelo futevôlei
Lana Miranda foi convidada a ser candidata pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB), legenda do então candidato a deputado federal Júlio César. Embora frequentem as mesmas quadras, Lana e a deputada distrital Celina Leão (Progressistas) não fizeram a costumeira dobradinha como costumam fazer nas areias. Contudo, isso não foi motivo para abalar uma amizade de longa data.
Lana contou que Celina sempre procurou ajuda-la orientando que caminhos deveria seguir. Ela deixou claro que tem a parlamentar como irmã e jamais tiveram nenhuma rivalidade ou qualquer afastamento.
“Celina não deixa a bola cair, vai atrás da bola até o alambrado. Mete a cara no poste, mas não deixa a bola cair. Muitas vezes eu falo calma, a bola já está perdida e ela fala que não, não está perdida”, relembra Lana. “Tenho certeza que a Celina e eu ainda temos muito a caminhar juntas [dentro e fora das quadras]”, garantiu.
A importância da política
Rebeca e Lana acreditam na força do esporte e no poder que ele tem em transformar vidas. As atletas afirmam que, apesar de ser fonte de saúde e disciplina, o esporte pode afastar jovens e crianças das drogas, além de proporcionar uma vida digna e uma profissão.
Segundo as desportistas, em países de primeiro mundo, os atletas são tratados como heróis. Já no Brasil, muitas vezes não há o mínimo apoio.
Projetos futuros
Rebeca pretende estar próxima dos órgãos do governo ligados ao esporte para lutar por direitos e melhorias, e por apoio e incentivo aos atletas do Brasil.
“A melhor profissão do mundo é ser atleta. O esporte te proporciona educação de qualidade, ótima qualidade de vida, oportunidades de conhecer o mundo e ter salários milionários”, enumera Rebeca.
Lana pretende estar cada dia mais próxima da política de Brasília. Quer apresentar e acompanhar projetos, transmitir a experiência que tem e usar o esporte como forma de superação. Também quer ampliar a prática esportiva no Brasil. Em uma frase ela resume aquilo que é a essência dos campeões de hoje e dos futuros: “acredite nos seus sonhos”!