Uma ideia para discutir

Artigo escrito por Sylvain LevyMédico e Psicanalista

Em 25 de julho de 2021 – Redação

Muitos pais e famílias têm sofrido com as dúvidas e escolhas por parte de seus filhos, netos, sobrinhos.

Foto Internet

Seja em relação à profissão, aos amigos e companhias ou às atividades físicas e culturais. Mas nenhuma é mais complicada de acompanhar que a escolha do gênero ou da orientação sexual. 

Se até há algum tempo atrás essa escolha era dada a público, ou seja assumida, mais comumente, à partir dofinal da adolescência e o início da idade adulta, atualmente não é raro que ela se apresente aos dez, doze ou treze anos. O que está acontecendo com essas crianças, pensam os pais e “aonde é que errei” é a pergunta mais frequente.

Sem querer pontificar e sem embasamento científicomas apenas enunciando um conjunto de ideias, é possível desenvolver uma teoria sobre o momento que esses jovens vivem.

Vivemos num tempo com múltiplos acessos às informações e com uma profusão de dados que nos acomentem e nos assolam. Transformar dados e informações em conhecimento e, principalmente, dá-lhe finalidade, sequencia e consequência fica cada vez mais trabalhoso. Para quem já viveu um pouco e tem alguma experiência já não é tarefa fácil, haja vista a necessidade permanente de separar os fatos das fake news , para os mais jovens, então, é muito mais complicado.

Para os mais sensíveis ou para aqueles que detém menor capacidade intelectual  ou ainda, para os que não desenvolveram ferramentas emocionais para lidar com esse “mundão”que teima em não parar de crescer, pode ser fantasiado que o problema de se encaixar nesse mundoé dele – criança – e não que existe um descompasso entre ele e o universo que o cerca.

Uma das maneiras de lidar com essa fantasia de ser o culpado por não se  encaixar nesse mundo é pensar em mudar a si mesmo. Já que não pode mudar o mundo externo pode tentar mudar os seus mundos, tanto o interno – “não me sinto homem ou não me sinto mulher” , como o externo – alterando o corte de cabelo, as características físicas, tatuagens e os adereços (brincos, piercings, etc).

É claro que essa é apenas uma ideia dentre tantas sobre este assunto, e junto com ela vem a percepção de que para lidar com essas questões faz-se necessária a investigação das motivações e impulsos para essa guinada de vida. As psicoterapias podem ajudar.