Servidoras ou porta-vozes de Daniel Donizet

Movimento contra deputada expõe o limite entre a defesa do chefe e a liberdade de manifestação

Em 03 de setembro de 2025 – Redação

Cinco servidoras do gabinete do deputado Daniel Donizet protocolaram, nesta terça-feira (2), um pedido de cassação do mandato da deputada Paula Belmonte. O movimento ocorre após a parlamentar defender que as graves denúncias de assédio contra Donizet sejam devidamente investigadas pela Câmara Legislativa.

O episódio chama atenção pelo fato de que todas as assinaturas vêm de dentro do gabinete diretamente envolvido no caso. A “coincidência” levanta uma dúvida inevitável: trata-se de um gesto espontâneo das servidoras ou de mais uma peça no jogo de defesa política do deputado?

É legítimo que servidoras defendam sua imagem e dignidade. Mas é igualmente legítimo questionar até que ponto a pressão hierárquica dentro de um gabinete parlamentar permite total liberdade de manifestação. Em casos como esse, é natural que surja a percepção de que a iniciativa possa ter sido coordenada, mais em defesa do chefe político do que por iniciativa própria.

No fundo, a grande questão permanece: por que tanto esforço em atacar quem cobra investigação, em vez de esclarecer com serenidade as denúncias que pesam sobre o deputado?

Paula Belmonte, que é Procuradora Especial da Mulher, tem reafirmado que não recuará diante de tentativas de intimidação. O pedido de cassação não deve, no entanto, silenciá-la: apenas reforça a importância de se discutir quem, de fato, está disposto a enfrentar a cultura de assédio e abuso de poder na política local.

E ao deputado acusado, a constatação: quem não deve, não treme.

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