PM do DF nega socorro a vigilante no 190. “PMDF tem efetivo suficiente para atender a tudo e a todos?”

Em 09 de Outubro de 2020 – Por Portal Opinião Brasília

Central de atendimento do 190 da Secretaria de Segurança. Foto: Agência Brasília

Uma ligação foi o suficiente para um cidadão, mesmo sendo um profissional de vigilância (que deve ser conotado como serviço de segurança) e que sabemos ter durante seus treinamentos um preparo e apanhado da legislação sobre segurança pública, para tentarem jogar o policial e a instituição contra a sociedade, como é contumaz. Não tem notícia, vamos meter o pau na polícia!

Achei prematuro julgarem a atitude do policial que disse “Cheio de criminalidade e vou ter que deslocar uma viatura por causa de vocês?” e, maior ainda, a atitude de afastá-lo pelo que disse.

Ora, em algum momento o policial mentiu na sua afirmação? Tudo bem que o dever deles é servir à sociedade, mas será que alguém pensou em quantos crimes de homicídio, estupro, feminicído (tão em moda nos dias atuais), roubos e assaltos estavam acontecendo naquele instante? Com um efetivo reduzidíssimo, ocorrências muito mais graves acontecendo, será mesmo que teria que ser disponibilizada ou teria uma viatura e policiais para atender uma ameaça? Porque o vigilante não ligou para a delegacia da área, afinal, não são policiais também?

Ademais, quando o vigilante diz ao policial após a resposta: “Você vai fazer o seu serviço ou ficar ponderando? (Linguagem de membros que conhecem a segurança pública) ”, será que ali ele se achou no direito de dizer ao policial o que ele tem que fazer, como se fosse o dono único e exclusivo da razão? Tudo bem, o policial pode ter errado (e não sou eu que vou julgar), mas como cidadão será que o solicitante tem acompanhado os fatos como eles realmente acontecem?

Em contato com o Centro de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal – (COPOM), na pessoa do Tenente Coronel Paulino – Chefe do COPOM, o mesmo informou que: “Fora feito contato no mesmo dia com o vigilante da ligação – Senhor Wesley, para que aceitasse às desculpas em nome da Corporação, fato este prontamente aceito pelo contribuinte em questão”. O Blog do Candango, parabeniza a atitude do oficial em questão, uma vez que demonstra preparo, tino do tratamento, pronta intervenção em qualquer problema gerado e aptidão para a chefia.

O policial militar que atendeu ao telefonema, já fora identificado pela corporação e será aberto o devido processo administrativo para apurar a conduta do policial.

A OUTRA FACE DA MOEDA – O EFEITO COLATERAL DA FALTA DE EFETIVO E QUE A SOCIEDADE PRECISA CONHECER

Segundo fontes que entraram em contato com nosso site, a Lei Federal 12.086 de 2009 publicada ainda no governo Arruda, com vários estudos e diante de uma população de 2 milhões e meio de habitantes definiu que era necessário um quantitativo de 18.673 policiais.

Hoje em dia, em um cenário no qual a população cresceu absurdamente, chegando a mais de 3,05 milhões de habitantes (sem contar o entorno que engole o DF também) o efetivo total da Polícia Militar do Distrito Federal gira em torno de 8 a 10 mil mil policiais ativos. Dá para cumprir seu papel com eficiência numa capital onde todos os poderes estão reunidos?Nesse contexto o policial tem que trabalhar dobrado para suprir a falta de efetivo, isso em meio a ameaças de que caso não se voluntarie para ganhar hora extra, irá trabalhar no famoso serviço especial que é obrigatório e não remunerado.

Ou seja, não é à toa que atualmente temos o maior índice de policiais afastados para tratamento psicológico e psiquiátricos jamais vistos e os poucos que ficam estão sujeitos a escalas desumanas e reféns de a qualquer momento estourar. Não bastasse isso, os meios de imprensa e comunicação divulgaram amplamente a suspensão do atendimento médico em um dos hospitais conveniados, Maria Auxiliadora no Gama, para policiais militares e dependentes.

A realidade é só uma, segundo fontes internas, e a tropa está ficando doente desde a pior fase de toda a sua criação em 1809.

E o efeito colateral disso é muito óbvio a população que irá sofrer as consequências, pois nenhum ser humano consegue ficar refém de tantas mazelas sem o estopim acender uma hora. Aliás, o barril de pólvora sempre esteve com o cordão pronto para ser aceso. Acho que alguém riscou o fósforo. E agora José?