Paula Belmonte cobra debate amplo sobre futuro do BRB
Em 18 de agosto de 2025 – Redação
A segunda vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputada Paula Belmonte (Cidadania), encaminhou carta ao presidente Wellington Luiz e aos demais parlamentares cobrando cautela na tramitação do projeto de lei que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a adquirir instituições financeiras, incluindo parte do Banco Master.
No documento, enviado na tarde desta segunda-feira (18), a parlamentar destaca que a proposta vai além da operação específica, permitindo novas aquisições sem parâmetros ou limites definidos. “Na prática, transfere-se um poder imenso ao Executivo e à diretoria do BRB sem a devida proteção ao interesse público”, afirmou.
Paula também lembrou que decisão recente do Tribunal de Justiça do DF reafirma a necessidade de autorização expressa da Câmara Legislativa e da assembleia de acionistas para operações dessa natureza. “Não se trata de mera formalidade: é obrigação institucional”, ressaltou.
A deputada protocolou requerimento para convocar o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, a prestar esclarecimentos. No entanto, a audiência está marcada para esta terça-feira (19), o mesmo dia em que o governo pretende votar a matéria. “Isso significaria ouvir a autoridade máxima do banco e, minutos depois, deliberar sobre uma operação bilionária, sem tempo hábil para análise, reflexão ou debate”, alertou.
O BRB, segundo Paula, tem papel estratégico no Distrito Federal. No primeiro trimestre de 2025, registrou lucro líquido recorrente de R$ 237,5 milhões, atende 9 milhões de clientes e executa 29 programas sociais que beneficiam mais de 400 mil famílias. “Ainda que os números demonstrem vitalidade, justamente por sua relevância social e econômica, qualquer mudança em sua estrutura exige um processo legislativo responsável, transparente e amparado por informações sólidas”, reforçou.
Por fim, a parlamentar fez um apelo para que a votação não ocorra de forma apressada. “Não peço posição contrária ou favorável de imediato, mas que se garanta à sociedade brasiliense um processo digno, com tempo para análise técnica, audiências e diálogo responsável. A pressa em decisões desse porte expõe não apenas o banco, mas também a própria Câmara Legislativa, a riscos políticos, jurídicos e financeiros.”