Paula Belmonte alerta: conta da compra do Banco Master pode sobrar para servidores aposentados
Em 19 de agosto de 2025 – Redação com informações Ascom Dep Paula
Parlamentar fala em “banco de plástico” e questiona segurança jurídica e financeira da compra pelo BRB
A aprovação, nesta terça-feira (19), do projeto que autoriza o BRB a adquirir o Banco Master motivou discursos acalorados na Câmara Legislativa. A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) alertou que a conta da operação, avaliada em R$ 2 bilhões, pode cair justamente no colo de quem menos espera: os aposentados. Ela lembrou que o Iprev, fundo de previdência dos servidores do DF, é dono de 16,47% das ações do banco público.
“Um dos acionistas do BRB são os aposentados. Se essa operação não der certo, quem vai pagar são os servidores públicos”, protestou. Para ilustrar a fragilidade do negócio, Paula recorreu a uma metáfora: “O que a gente está comprando é um banco de plástico que não vale nada, mas o que está sendo vendido é um banco de couro, bonito… Não existe um dado que nos dê segurança do que estamos comprando. Um banco de plástico por R$ 2 bilhões”.

O projeto aprovado, de autoria do Executivo local, chegou à Câmara na semana passada depois de decisão do Tribunal de Justiça do DF que barrou a continuidade da transação sem aval dos parlamentares. A proposta original era ampla e abriria caminho para o BRB investir em qualquer instituição financeira no Brasil e até no exterior. Mas uma emenda do PT enxugou o texto, restringindo a autorização apenas ao Master.
A pressa incomodou. “Enviei mais de 70 perguntas e não recebi resposta. A Justiça mandou o governo trazer o projeto, não porque a Câmara e a sociedade foram respeitadas. Votamos sem segurança jurídica e financeira”, disparou Paula. A própria Consultoria Legislativa da Casa havia recomendado suspender a votação até comprovação da viabilidade técnica e econômica da operação, sugestão ignorada pelo plenário.
Nos bastidores, a negociação preocupa até o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segundo reportagem do Estadão. A avaliação é de que a compra aumenta riscos sistêmicos, dada a relevância do BRB para o DF. Apesar da vitória no Legislativo, a operação ainda depende do aval do Banco Central.