Mesa Permanente de Negociação: Professores ganham promessa de “reestruturação” e muita reunião para chamar de sua

Ou como o GDF inventou mais uma mesa para caber todas as cadeiras que já estavam ocupadas

Em 12 de agosto de 2025 – Redação

Saiu no Diário Oficial: o Governo do Distrito Federal acaba de criar a Mesa Permanente de Negociação para “estudos e proposição de reestruturação” da carreira do Magistério Público. Traduzindo do burocratês: os professores vão ganhar… reuniões. Muitas reuniões. Daquelas que começam com “bom dia” e terminam com “na próxima a gente decide”.

A tal mesa será composta por representantes da Casa Civil, da Secretaria de Educação e da Secretaria de Economia — porque nada diz “valorização do professor” como ter economista na conversa para explicar por que não dá pra gastar.

O coordenador será alguém da Secretaria de Educação, que poderá convidar “colaboradores” de outros órgãos e até professores de verdade (quando “pertinente e necessário”). Sim, porque parece que, para discutir o futuro da carreira, chamar quem dá aula é opcional.

As reuniões serão mensais, preferencialmente na primeira semana, mas também podem ser extraordinárias — tipo aquelas chamadas no susto, quando o clima esquenta. E a mesa dura 180 dias prorrogáveis por igual período, o que significa que, se tudo der certo, até o ano que vem teremos… um relatório.

Ah, e claro: a participação é “serviço público relevante” não remunerado. Porque, afinal, nada mais justo do que pedir para o professor trabalhar mais um pouquinho de graça — só pra variar.

No papel, a iniciativa parece linda. Na prática, resta saber se essa mesa vai servir para pôr comida (leia-se: melhorias reais) ou só para mais um café frio enquanto a categoria espera valorização de verdade.

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