Cultura “violenta” de gestão da Ambev é tema de palestra em São Paulo

Cultura “violenta” de gestão da Ambev é tema de palestra em São Paulo
 
 
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) realiza nesta quinta (20/10), em São Paulo (SP), encontro nacional dos representantes dos trabalhadores da Ambev no Brasil. Na ocasião, o jornalista e mestre em História Social, Carlos Eduardo Batista, irá proferir palestra sobre a evolução da gestão do trabalho da Ambev, uma das maiores cervejarias do mundo. Atualmente, o Brasil possui cerca de 35 mil trabalhadores ligados à esta indústria brasileira, sendo as regiões sudeste, nordeste e sul as principais em número de trabalhadores, com 17,4 mil (53%); 6,2 mil (18,9%) e 5 mil (15,5%), respectivamente.
 
Com o estudo “Gente Ambev – A trajetória da ‘Gestão do Trabalho’ que levou a primeira multinacional brasileira ao centro do capitalismo mundial”, fruto da dissertação de mestrado concluída em março desse ano, Carlos Eduardo Batista irá abordar o crescimento de uma das maiores indústrias do País (no período de 1985 a 2010) concomitante a transformação sofrida nas relações sociais internas da empresa. Também irá destacar aspectos das condições de trabalho a partir da análise da implementação da Cultura da Ambev na filial de Jacareí (SP), uma das maiores em capacidade produtiva, entre os anos 1990 e 2010. Segundo a pesquisa, “a permanente transformação é uma das características deste modelo de gestão”.
 
De acordo com o autor, que trabalhou na indústria entre 2000 e 2008, a gestão cotidiana do trabalho dentro da Ambev é “bastante violenta” e “com histórico de assédios morais” em sua Cultura. Com um modelo imposto de cima para baixo, as diferentes formas de gestão desenvolvidas desde a época Brahma até a Ambev, segundo o estudo, resultaram das tensas e conflituosas relações entre capital e trabalho, gerando, consequentemente, problemas, como o aumento da rotatividade da mão de obra de trabalho e situações de pressões por metas e ameaças de desemprego. Além da vivência de Carlos Eduardo Batista, a pesquisa engloba entrevistas com 15 trabalhadores, fontes documentais, consultas a sindicatos e análise de relatórios anuais da empresa.
“Acho que este tema para a categoria profissional da Alimentação é fundamental porque uma das coisas que a Ambev passou a fazer foi impor a competição entre as suas unidades para conquistar o Prêmio de Excelência Fabril. Isso fez com que os sindicatos não conversassem mais entre si para estabelecerem uma pauta nacional, sendo a discussão feita individualmente por cada unidade, com temas importantes, como o banco de horas.”. comenta o autor, que revela ter presenciado situações de constrangimento e humilhações enquanto trabalhou na Ambev.
 

“O motivo de estarmos promovendo esta palestra é por entendermos a importância da visão de um companheiro que trabalhou dentro de uma empresa que se tornou hoje o maior grupo do mundo neste seguimento. Esta tese do mestrado, a qual eu tive a oportunidade de acompanhar pessoalmente a defesa, demonstrou não só o conhecimento teórico, como, na prática, um aprofundamento extraordinário de estudo de quem vivenciou a política da empresa e que pode constatar, e até mesmo sofrer as consequências, dos procedimentos inadequados da Ambev. Por esta razão, se torna de suma importância que os representantes dos trabalhadores possam ter a oportunidade de conhecer a história de toda esta trajetória com consequências preocupantes para a categoria até os dias de hoje”, afirma o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo.

 
Serviço:
Data: 20/10/2016 (quinta)
Hora: 10h
Local: sede da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo
Endereço: Rua Conselheiro Furtado, nº 987, Bairro Liberdade – São Paulo- SP
 
Fotos em alta resolução: Presidente da CNTA Afinshttp://tinyurl.com/jq3h6os
Crédito: Divulgação CNTA Afins
 
Carlos Eduardo Batistahttp://tinyurl.com/j59jqrz
 
Baixe aqui a dissertação de mestradohttp://tinyurl.com/hvu85s4
 
 
 
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Clarice Gulyas

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