Invisíveis
Texto escrito por Anderson Wisiller Campos Gomes – Advogado no Distrito Federal
INVISÍVEIS
O país vive uma guerra sanitária, por culpa do Bolsonaro? Óbvio que não.
Precisamos encontrar meios para reativar a economia?
Certamente que sim.
Porém, temos familiares, somos seres mortais e racionais, motivo pelo qual devemos adotar medidas seguras e técnicas, para que os riscos sejam minimizados.
Por vezes me pergunto, será que somos invisíveis? Será que esse é o motivo pelo qual o nosso Presidente não consegue nos enxergar e compreender que o sistema público de saúde não tem capacidade de prestar minimamente assistência médica a nós, os invisíveis desse país? Será que de fato o Senhor Presidente só se importa com os seus filhos e com a classe empresárial do Brasil?
Será que de fato somos invisíveis?
Já passou da hora de acabar com esse debate ideológico de direita e esquerda, dessa mania de perseguição, dando a entender que o virus foi produzido na China para inviabilizar a governabilidade do Presidente Bolsonaro.
Por qual motivo ao decretar o estado de emergência , lá antes do Carnaval, o Governo Federal que coordena e limita quem entra ou não no país, por meio da Anac e da imigração (Polícia Federal), não tomou medidas relacionada aos vôos que vinham da china, EUA, Alemanha, Espanha, Itália entre outros países europeus que já se proliferava o coronavirus?
Parece utópico mas essa eu mesmo respondo: simplesmente porque segundo o Presidente, o pobre não pega nada, o pobre toma banho em valas, em esgoto e nada contraem. Outro fato importante a ser trazido a comento é que o Carnaval geraria empregos, mesmo que informais ou temporários e assim aumentaria a arrecadação financeira trazendo recursos para os cofres públicos.
E os governadores, esses que se mostram inúteis e muitos totalmente despreparados, embora tenham suas responsabilidades voltadas para seus estados, não detém competência para adotar medidas relacionadas ao fechamento de aeroportos.
Ai vocês questionam: em quem o autor desse texto votou?
Respondendo a indagação: eu votei em JAIR MESSIAS BOLSONARO, esperando desse, um comportamento patriota, humano, que respeitasse no mínimo a dor das familias. Entretanto, até o presente momento só me deparo com um ser insano, que não demonstra o mínimo de sensibilidade para com os invisiveis desse país.
Partindo do raciocínio do próprio Senhor Presidente, a solução seria que 70% da população deveria ser exposta ao virus para que ocorresse uma contaminação de forma maciça, ok.
Continuando nesse raciocínio, seguindo o entendimento do Presidente cerca de 150 milhões de brasileiros seriam contaminados e fazendo uso da suposição 80% desses seriam assintomáticos.
Assim, nós teríamos maciçamente 30 milhões de brasileiros infectados precisando de atendimento médico, desses cerca de 20%, que nos levaria ao número de 6 milhões indo parar em UTI e com isso, sendo bem otimista, se 5% desses forem a óbito teremos cerca de 300 mil brasileiros invisíveis para esse governo, MORTOS.
E ai, alguém pode aceitar isso como sendo normal é, racional pensarmos ou acatarmos tal extermínio, será que não nos importamos com os invisíveis com quem convivemos? Será que de fato somos invisíveis?
Dito isso, vejo como desrespeitoso e desumano, o chefe da nação programando e divulgando ao público, que no final de semana fará um churrasquinho com cerca de 30 convidados e em seguida terá uma peladinha no Palácio do Alvorada.
Lembro que provavelmente famílias de brasileiros invisíveis terão sepultado mais uma vítima desse virus infernal, onde provavelmente já teremos atingindo a marca 10 mil brasileiros sepultados.
Embora eu seja um invisível, me dou o direito de manifestar o meu repúdio por tamanha falta de respeito e solidariedade para com o povo, com o exército de brasileiros invisíveis e esquecidos, que embora ignorados fazem parte da riqueza desse país e que confiaram assim como eu nesse homem, que hoje começo a ter como um despota.
Bem no mas, desejo e peço para que você que é invisível como eu, seriedade, responsabilidade e cuidado, pois a nosso favor agora, só nós e Deus.