Antes morrer por um ideal do que viver pelo chicote
Em 03 de outubro de 2020 – Redação – Texto WhatsApp
“O mundo saberá que homens livres lutaram contra um tirano. Que poucos lutaram contra muitos. E, antes do fim da batalha que mesmo um Deus-Rei sangrou”.
Essa frase é imputada ao Rei Leônidas antes do confronto com o exército persa comandado pelo Rei Xerxes. Mesmo em desvantagem numérica os espartanos se recusaram a ser escravos dos persas e preferiram morrer pela espada do que viver pelo chicote. A ideologia e a coragem dos espartanos até hoje permeiam os cursos militares e merecem diariamente ser reforçada entre aqueles que não se conformam com os tiranos.
Hoje em dia, além dos criminosos que enfrentamos, ainda precisamos lidar com os aqueles que detém poder e influência para subjugar a massa de indivíduos aos seus interesses, nas ruas, para qualquer policial, não é difícil perceber porque o Sistema (Estado) não funciona. E não, não é a quantidade de bandidos, não é a força bélica deles, nem mesmo suas estratégias.
A força dos criminosos está no plano político e cultural, não estou restringindo o raciocínio a personalidades eleitas ou nomeadas , mas envolve Organizações Não Governamentais com suas bandeiras pelo “desencarceramento em massa”; Servidores Públicos da alta cúpula que vivem desconectados da realidade com seus privilégios nababescos, que ignoram o sofrimento das pessoas humildes que possuem vidas de parentes ceifadas e patrimônio dilapidado. A força dos criminosos está no ambiente acadêmico e nos meios de comunicação de massa “policiofóbicos”, incapazes de correlacionar a falência do sistema de segurança pública com a impunidade e promovendo um aniquilamento moral perverso da atividade policial, deturpando a imagem dos valorosos policiais, os apresentando como pessoas truculentas, vis e incompetentes.
Converse com qualquer policial brasileiro e ele vai te dizer que já se deparou com indivíduos caminhando livremente mesmo tendo praticados dezenas de crimes. É absolutamente impossível qualquer sistema de justiça criminal funcionar quando as policiais precisam prender dezenas de vezes a mesma pessoa responsável por dezenas de crimes.
Essa política de evitar o encarceramento e de conceder mais direitos do que deveres aos criminosos está além de uma “nobre causa” de defender os direitos fundamentais do bandido.
Estamos diante de um conjunto de ideias nefastas que permeia uma estratégia que contribui para que as forças da criminalidade cresçam, que a polícia seja impedida de agir e que o cidadão não tenha meios para se defender.
O resultado não pode ser outro senão o caos e a vitória das organizações criminosas, em um futuro próximo, estabelecendo um Estado Totalitário que irá suprimir as liberdades e impor a ordem e a harmonia às custas da eliminação física de quem se opor.
A narrativa para fomentar as divisões entre as pessoas, alegando que o problema mais urgente da sociedade é o preconceito contra homossexuais, racismo estrutural, o machismo faz parte da semeadura do caos, uma densa cortina de fumaça, para encobrir a violência que atinge diariamente milhares de pessoas anônimas que não se encaixam no esquadro ideológico dos amantes do totalitarismo.
Nesse “looping” procurando soluções cabais para problemas insolúveis e ao mesmo tempo enfraquecendo as Instituições, a ordem e os valores vigentes estão as justificativas para substituir uma ordem por outra em que os atores ocupem permanentemente os espaços de poder.
Não querem diminuir a incidência de crimes na sociedade e sim pregar ao cidadão comum uma cosmovisão capaz de enxergar uma “luta de classes” em todas as relações, o opressor não é o criminoso que impõe suas “Leis” nas áreas dominadas, o oprimido não é quem tem o fruto do seu trabalho aviltado, quem deve acabar não é o crime, mas a polícia, a “preconceituosa e violenta polícia”.
Embora exista a resistência a essa perversidade moral, essa contaminação atinge o coração da corporação, de maneira muito mais sutil, não é preciso que os policiais militares balancem as bandeiras pelo fim da PM, ou discutam os problemas sociais como origem do crime nem mesmo que concordem com as políticas desencarceradoras, basta que se construa um mecanismo em que a omissão contra o crime é a melhor escolha. Torne o ímpeto para enfrentar a criminalidade violenta numa exceção, castre a moral e as virtudes policiais militares e assim está inoculado um câncer que mata o paciente lentamente, deixando -o completamente fragilizado e desacreditado para confrontar um Estado Totalitário imposto por narcotraficantes e outras organizações criminosas.
Até quando a corporação vai vangloriar a mediocridade e menosprezar aqueles que fazem a diferença? A quem isso interessa?
Aos mesmos que foram beneficiados em 1983 quando o governador do Rio, Brizola, impediu a Polícia de subir o morro?
Não, o Supremo Tribunal Federal – STF, não inventou isso do nada, eles apenas estão “judicializando” uma ideologia que a muito tempo tem permitido o crescimento das organizações criminosas no Brasil, essa decisão somada a outras completamente complacentes com os criminosos coroam a aliança perversa para destruição de pilares duramente conquistados por gerações anteriores.
Diante do cenário, parece incapaz enxergarmos as virtudes políticas florescerem ou ainda o Estado de Direito assumir o poder sem a influência de uma estrutura paralela.
Porém, ninguém é tão inútil que não sirva ao menos de um péssimo exemplo.
Se a criminalidade organizada consegue se infiltrar no sistema, porque aqueles com crença “pró-polícia” não conseguiria?
Se somente a força bruta não está dando certo, até porque essa força é castrada e amortecida quando chega nos seus alvos, o momento é de atingir o cérebro.
Os policiais militares precisam ocupar o poder legislativo, judiciário, precisamos de quem conheça a realidade das ruas e do enfrentamento diário no Ministério Público, no jornalismo nas salas de aula para crianças e jovens e na produção de conhecimento cientifico das Universidades e em todos os lugares que haja possibilidade de exercer influência, “pró-policia”.
Napoleão estava certo ao dizer “tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas”.
O “sistema” entende que a sociedade se move de opiniões, que o poder se utiliza de símbolos e de paixões . Ideias importam e as ideias que idolatram o crime estão vencendo.
Os policiais brasileiros têm apanhados calados a muito tempo, com algum sopro de esperança com um governo que prometeu ser mais duro com o crime e reconhecedor do mérito dos policiais que contudo não basta quando toda a estrutura de poder se mantém intacta para moer os sonhos dos policiais mais idealistas.
A estratégia precisa mudar, que a sociedade saiba exatamente a outra face da moeda e que não haja constrangimento moral para combater as organizações criminosas, inclusive, daqueles que vestem terno e toga. Independentemente da vitória ou não contra o atual Sistema de Justiça Criminal, vale lembrar da lição de Leônidas, que mostrou que é possível, mesmo com poucos , tirar sangue de um “Deus Rei”.
SOLDADO ATLAS – (Atlas é um policial militar do Distrito Federal que está extremamente cansado de suportar as consequências da falência moral das nossas Instituições, mas sabe que precisa suportar o peso da ignorância para a virtude florescer na humanidade e aperfeiçoar paulatinamente seu fardo).
Nosso soldado sabe que se abandonar seu encargo as consequências serão terríveis para sociedade que jurou defender mesmo com sacrifício da própria vida.